
George Frederick Watts - The All Pervading*
* to become diffused throughout every part of
Segundo Friedrich Nietzsche, no seu conceito do Eterno Retorno, tudo retorna - o prazer, a dor, a doença, o amor, o medo, o ódio, a paz, a guerra... TUDO.
Seríamos capazes de amar a vida que temos - a única vida que temos - a ponto de querer vivê-la tal e qual ela é, sem a menor alteração, infinitas vezes ao longo da eternidade?
Ou preferimos um conceito de Outra Existência, num outro nível diferente do mundo material que (pouco) conhecemos? Uma existência onde não existirá a dor, a doença ou o medo... Existirá essa existência?
Certas coisas são associadas ao corpo, pelo que 'sem ele' poderão desaparecerer a dor ou a doença, mas também o prazer. Pode contudo restar o amor... mas também o ódio, ou o medo!
Mas do que realmente temos medo? Será da morte? Não será antes da dor? Tentemos perceber o que é o medo? Para a maioria de nós talvez não seja mais do que uma expressão da possibilidade da privação da existência física, que é a única existência que todos conhecemos. Em resumo, o nosso maior medo é o da dor, pelo que assim sendo não devemos ter medo da morte, pois esta termina certamente com a dor existente, pura biologia.
Na verdade os conceitos de Outra Existência e de Eterno Retorno não são compatíveis, sendo que a existir uma Singularidade-Final esta é mais coerente com a Outra Existência e não com o Eterno Retorno.
A Outra Existência pode tomar várias formas, sendo que nunca foi achada uma explicação que possa ser testada pelo Método Científico. Pode existir a Alma, podem existir Universos Paralelos, podem existir Seres Superiores (espiritual e/ou tecnologicamente) que designamos normalmente por Deus(es) e que nos controlam, pode o próprio ser humano desenvolver tecnologia suficiente para criar o que se designa de transhumano (mais tarde falarei disto), podem ainda existir outras possibilidades.